No grupo de Whatsapp “São Miguel Agora”, administrado pelo jornalista Filipe Germano, muito já se viu repercutir sobre a construção de uma praça não autorizada pela Paróquia do município, atualmente administrada pelo pároco Paulo Sérgio, obra essa que beneficiaria a comunidade Coqueiro, distrito do município de São Miguel do Tapuio.
Aos fatos
A Prefeitura Municipal de São Miguel do Tapuio anunciou a obra, elaborou o projeto, realizou os processos necessários - licitatórios e assinou a ordem de serviço, até aí tudo dentro da legalidade.
O prefeito Pompilim comunicou a nossa redação que 90% das praças da cidade são construídas em áreas que ficam em frente aos templos religiosos, na sede e zona rural do município, e que foi oficiado pela Igreja sobre a não autorização para a construção da obra quando a empresa se instalava para o início dos trabalhos.
Procuramos o pároco Paulo Sérgio, que nos confessou que ficou triste com o que vem acontecendo em torno do anúncio de uma Praça no Coqueiro.
“A obra foi anunciada há mais de 1 mês gerando uma grande expectativa na comunidade. Porém, a paróquia não tinha conhecimento de que a obra seria no terreno da Capela, que é privado, não público.”, apontou o pároco.
Às vésperas da construção, a paróquia recebeu um ofício da Prefeitura, que comunicava sobre a obra.
Segundo o pároco, o mesmo não possui poder para doar ou vender terras da Paróquia nem para pessoas físicas nem para o poder público sem a autorização da Diocese, e disse que repassou o ofício para Diocese e setor jurídico da mesma que, em comunhão com o pároco, chegou-se a conclusão pela não doação ou venda do terreno da Capela para a Prefeitura.
“O espaço da capela precisa ser preservado como temos, por exemplo, na Capela de Fátima com seu espaço social não publico", destacou.
Com esse entendimento, o Gestor destacou que o que pode ser feito nesse momento é a realização de um novo processo “começando do zero”, em uma nova área e com um novo projeto, que sem dúvidas vai demandar tempo. “O melhor caminho seria o entendimento para a construção na área da igreja”, disse Pompilim.
Por outro lado, o pároco aponta que não há o que se falar em "doar a Praça para a Capela, como alguns falam. Isso não existe na legislação. O poder público não pode doar uma Praça para entes privados ou para a igreja. Infelizmente, a comunidade não entendeu isso”.
“Não posso vilipendiar os bens da Paróquia e das capelas”, destacou Paulo Sérgio.
O pároco ainda apontou que esteve com o prefeito para tentar chegar a um consenso, preservando a área social da capela e aproveitando algum espaço para a Praça pública, mas não obteve êxito.
“Admiro muito a atual gestão pelo que tem feito de bom para o município. Ressalto isso para afastar qualquer polêmica de caráter político-partidário. A paróquia é neutra nesse aspecto. O maior exemplo que temos de espaço social de uma capela é o que temos no Bairro de Fátima, onde a comunidade, com muito esforço preservou a propriedade da Capela” finalizou Paulo Sérgio.